ONU - O Brasil é o oitavo país em número de analfabetos adultos

Analfabetismo deve ser combatido com formação de cidadãos que vão além da leitura e da escrita simples

Brasil é o oitavo país em número de analfabetos adultos

05 de Fevereiro de 2014 10:09
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Analfabetismo deve ser combatido com formação de cidadãos que vão além da leitura e da escrita simples
Foto: achetudoeregiao
De acordo com um recente relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o Brasil é o oitavo país em número de analfabetos adultos. O estudo, chamado 11° Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, avaliou a situação de 150 países e mapeou os principais desafios da educação no mundo. Ele mostrou que há 774 milhões de adultos que não sabem ler nem escrever, dos quais 64% são mulheres. Do total, 72% estão localizados em dez países, incluindo o Brasil. O campeão é a Índia, seguida por China e Paquistão.
Outro levantamento sobre esse mesmo assunto, que faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2012 e divulgada em setembro de 2013, mostrou que, no Brasil, 8,7% das pessoas com 15 anos de idade ou mais são analfabetas. Isso equivale a 13,2 milhões de brasileiros.
“Antigamente, o analfabetismo entre os adultos no Brasil era consequência da falta de oportunidade de frequentar a escola na infância e adolescência. Hoje, o cenário é diferente, infelizmente para pior, já que muitos até conseguem ir para a escola, mas dela saem sem serem alfabetizados”, diz a pedagoga Francisca Paris, mestra em Educação e Diretora de Serviços Educacionais da Editora Saraiva.
Apesar dessa grave lacuna na educação básica que deve ser preenchida urgentemente, Francisca aposta que a busca dos educadores hoje deve ir além da formação de cidadãos letrados, apenas capazes de dominar a leitura e a escrita. “Os profissionais ligados à educação precisam se empenhar nessa missão de formar adultos transletrados, capazes de romper as barreiras da oralidade e da escrita e usar as técnicas de interpretação independentemente do meio. Assim, formaremos leitores e autores plurais, capazes de interagir de um modo proativo com as mais variadas formas de expressão existentes”, explica.
O estudo da Unesco ainda mostrou que, das 150 nações analisadas, apenas 41 atingiram a meta em relação aos investimentos em educação, que é de aplicar no mínimo 6% de seu Produto Interno Bruto (PIB) no setor. O Brasil está entre os que investem a porcentagem indicada, gastando cerca de R$ 5 mil ao ano por aluno da educação básica.
A Unesco acredito que a crise global na aprendizagem está ligada à má qualidade da educação, à falta de atrativos nas aulas e ao treinamento inadequado dos professores. Francisca Paris acredita na importância de incentivar a capacitação dos professores, visto que a principal forma de qualificar a educação é valorizar o docente. “A questão da valorização do magistério é essencial para que os professores possam realizar suas tarefas com dignidade, já que é a intervenção pedagógica adequada dos educadores que faz quase toda a diferença na escola”, destaca.
A especialista aposta no fortalecimento da política pública de valorização do magistério brasileiro, incluindo, entre outros itens, a formação continuada dos profissionais. “Apesar de a atividade docente estar cada vez mais complexa e exigente, a carreira ainda tem um estatuto social decadente, formação fragilizada e remuneração baixa. É evidente que apenas oferecer um salário maior não irá comprometer nem qualificar o corpo docente, mas é imprescindível que haja políticas de ampliação das remunerações. Isso juntamente com políticas de avaliação externa de docentes, discentes e gestores, que indiquem intervenções técnicas dos gestores públicos, a fim de dar saltos na qualidade da escola pública”, finaliza Francisca.
Fonte: Assessoria Alagoas em tempo Real

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