Homem foi detido no bairro Calmon Viana, em Poá; um outro suspeito fugiu.Segundo a polícia, suspeitos fizeram churrasco após morte de PM.
O delegado seccional de Mogi das Cruzes, Marcos Batalha informou que um homem suspeito de participar do sequestro e morte do policial militar do 17º Batalhão da PM de Mogi das Cruzes, Rodrigo de Lucca Fonseca, foi preso na noite desta quarta-feira (25). Segundo as primeiras informações, o jovem tem 21 anos e foi detido no bairro Calmon Viana, em Poá. Um cerco policial foi feito no bairro e um segundo suspeito conseguiu escapar. O policial que estava desaparecido há quatro dias foi encontrado morto nesta terça (24) em um terreno em Suzano.
Ainda de acordo com Batalha, policiais militares da Rota fizeram a prisão. Na casa do suspeito, os agentes ainda apreenderam uma blusa que ele usava quando foi flagrado por câmeras de segurança usando o cartão de crédito da vítima para fazer compras. Uma bicicleta adquirida da mesma forma também foi apreendida. “Ele confessou que foi um roubo e quando descobriu que se tratava de um PM começaram a torturá-lo. Porém, ele diz que não participou da execução”, contou o tenente da Rota, Silvio Rodrigo Pronestino.
Segundo ele, o suspeito não ofereceu resistência. “Recebemos a informação de que ele [suspeito] estava em campo de futebol e fomos para o local”, detalhou o PM. Segundo a polícia, o suspeito preso tem passagem por tráfico de drogas. O outro homem envolvido no crime que, segundo o delegado Batalha conseguiu fugir, já foi identificado. Ele tem passagem por receptação é procurado pela Justiça por roubo. Segundo a polícia, a prisão foi decretada dia 9 de maio.
Churrasco
Ainda segundo o delegado, os criminosos teriam feito um churrasco para comemorar a morte do policial. “Depois que executaram a vítima, eles compraram bebida e carne e fizeram um churrasco para toda a comunidade”, diz Batalha. A polícia investiga a participação de outras pessoas no crime.
Tortura
Em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (25), o Delegado Seccional Marcos Batalha relatou que acredita que os criminosos que sequestraram o policial militar Rodrigo de Lucca Fonseca espancaram e torturaram a vítima antes de matá-la. O militar estava desaparecido desde sexta-feira (20). O corpo dele foi encontrado na última terça-feira (24), em um terreno em Suzano.
Enterro
O corpo do policial militar Rodrigo de Lucca Fonseca foi enterrado às 11h desta quarta-feira (25). O velório que começou na noite de terça-feira no Memorial do Alto Tietê movimentou um grande número de policiais, amigos e familiares do jovem.
O cortejo composto por policiais militares em carros e motos, além de veículos que transportavam amigos e familiares do policial chegou ao Cemitério da Saudade por volta das 10h40 desta quarta. Emocionados todos entraram no cemitério para o sepultamento. “A Justiça tem que ser feita porque o que fizeram com ele é uma barbaridade. Ele não merecia. Ele era uma pessoa muita tranquila” contou a empresária Patrícia Morente. Ela disse que estudou com o policial desde a 5ª série e desde então eram amigos.
Segundo a Polícia Militar, Rodrigo de Lucca Fonseca fazia parte da corporação há quatro anos e estava na Força Tática há menos de um ano. Antes do enterro, os policiais da Força Tática fizeram uma cerimônia em homenagem ao policial. Eles estenderam uma bandeira do Brasil sobre o caixão ao som de um trompete tocado por um dos integrantes da Força. Depois, dobraram a bandeira e a recolheram. No momento da homenagem amigos e familiares presentes se emocionaram bastante. A sepultura estava repleta de coroas de flores.
Investigação
O Delegado Seccional Marcos Batalha afirmou na terça-feira que o policial militar da Força Tática Rodrigo de Lucca Fonseca pode ter sido morto com a própria arma. “Ao lado do corpo, foram encontrados cápsulas de armas usadas pela Polícia Militar. Ao que parece, ele foi executado pela própria arma”, disse o Delegado Seccional. Ainda segundo ele, no local do crime não foram encontrados outros indícios para o crime ser solucionado.
Encontro do corpo
O corpo do soldado, de acordo com as polícias Civil e Militar, estava em um terreno às margens da antiga Estrada Índio Tibiriça em Suzano. Uma mulher que passava pela estrada viu o corpo e avisou a polícia. A polícia informou que o corpo tinha marcas de tiro. O comandante do Comando de Policiamento Metropolitano 12 (CPM-12), coronel Nelson Celegatto esteve no local. “Pelas informações preliminares do perito, ele teria morrido nas últimas 24 horas.
O policial foi encontrado com um agasalho azul da Polícia Militar. Ele fazia parte da corporação há quatro anos e estava na Força Tática há menos de um ano. Era um bom policial com diversas prisões e apreensões. Estamos recebendo diversas denúncias a respeito desse caso e todas estão sendo verificadas”, concluiu o comandante. Ele disse ainda que neste momento a PM não acredita em retaliação porque o jovem trabalhava na Força Tática há pouco tempo. Mesmo assim, Celegatto destacou que as últimas ocorrências em que o policial se envolveu estão sendo verificadas.
Buscas
Na segunda-feira (23) após uma manhã inteira sem resultados, o Corpo de Bombeiros de Suzano encerrou as buscas em um córrego do Parque Maria Helena pelo corpo do soldado da Força Tática Rodrigo de Lucca.
No sábado (21) policiais que estavam em patrulhamento no Parque Maria Helena foram avisados por crianças do bairro sobre um carro no córrego. Após a retirada da água, o veículo foi identificado como sendo o que o policial de Mogi estava quando foi sequestrado.
De acordo com os policiais, o veículo encontrado no córrego pertence a namorada de Rodrigo. A perícia do carro foi feita na manhã deste domingo pelo Instituto de Criminalística (IC), de Mogi das Cruzes. Em seguida, ele foi encaminhado para o pátio da Prefeitura de Suzano.
Do G1 de Mogi das Cruzes e Suzano